terça-feira, agosto 24, 2010

Fortes rios, fortes ventos


Os grandes rios modificam a morfologia das plataformas continentais contíguas, provocando um alargamento destas áreas e alguns destes rios constroem vastos depósitos sedimentares designados de leques submarinos sobre o sopé continental. O leque do Ganges, por exemplo, estende-se por centenas de quilômetros no Golfo de Bengala.

O próprio sopé continental é a província fisiográfica mais desenvolvida da margem continental brasileira. Sua cobertura sedimentar é constituída predominantemente por sedimentos terrígenos, provenientes em quase toda a sua totalidade, da plataforma continental.

O rio Amazonas despeja um volume médio de 6,3 trilhões m3/ano, o que representa aproximadamente 16% de toda a água doce descarregada nos oceanos. A descarga de sedimentos do Amazonas tem sido estimada em 1,2 bilhão de toneladas/ano, dos quais 75 a 80% deste suprimento sedimentar vai alimentar o delta subaquoso adjacente à foz do rio. O cone submarino do Amazonas estende-se a uma distância superior a 200km da base do talude continental.

A pluma de sedimentos estuarina do Amazonas é transportada preferencialmente para noroeste, por cerca de 20 a 40 km, com uma velocidade, na superfície variando de 40 a 80 cm/s.

Na plataforma continental do Amazonas, o fluxo de água doce estende-se por impressionantes 100-120km. Nesta área a salinidade é próxima a zero e a temperatura na superfície da água oscila entre 27,5 a 290C.

Estes números por si só, são bastante expressivos, porém existe um outro tipo de transporte de materiais detritais tão ou mais impressionante, quanto ao descrito acima.
A circulação atmosférica consegue deslocar importantes quantidades de sedimentos que chegam a cruzar bacias oceâncias.

Poeira sobre o Mar do Caribe, proveniente do Deserto do Saara.


Tempestade eólica no Noroeste do continente Africano.


Situação semelhante ocorre também no Noroeste da Austrália, e no deserto de Gobi, China.




quarta-feira, agosto 18, 2010

Aula Prática

Seguem dois sites onde estão disponíveis dois programas a serem utilizadas nas aulas práticas de geologia marinha.


http://worldwind.arc.nasa.gov/java/

http://www.virtualocean.org/

Após a instalação dos programas, traçe uma série de perfis batimétricos das bacias sedimentares marinhas elencadas abaixo, e com o World Wind produza algumas cenas da parte emersa das respectivas bacias, descrevendo-as no que tange ao seu arcabouço estrutural, geológico-geomorfológico e bacias hidrográficas.

Bacias Sedimentares
Foz do Amazonas;                                                                                      Mucurí;
Para/Maranhão;                                                                                          Espírito Santo;
Barreirinhas;                                                                                               Campos;
Ceará;                                                                                                        Pelotas.
Potiguar;
Pernambuco-Paraíba;
Sergipe/Alagoas;
Jacuípe;
Camamú;
Almada;
Jequitinhonha;
Curumuxatiba;

Um detalhamento maior das feições batimétricas poderá ser obtido no site da DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação), onde é possível a obtenção das cartas náuticas em formato raster, já georreferenciadas.
https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/index.html

Obs: A visualização ou utilização das Cartas Raster requer o uso de programa computacional compatível (ArcGis, por exemplo).

terça-feira, junho 15, 2010

Fracionamento isotópico e a importância dos foraminíferos como paleotermômetros ambientais

Hoje falaremos sobre foraminíferos. É isto mesmo foraminíferos!!!, estes organismos que foram por muito tempo negligenciados por uma fatia enorme de geólogos, se prestam para uma larga variedade de estudos ambientais, climáticos, ecológicos e é claro são ferramentas essencias na industria do petróleo através da bioestratigrafia.

Isótopos são elementos com o mesmo número atômico mas com diferentes números de massa. Lembrando que é o número de prótons que determina o número atômico e a soma do protóns com os nêutrons determina o seu número de massa.

As propriedades termodinâmicas das moléculas depende da massa dos átomos que as compõem, ocorrendo, como conseqüência, o fracionamento dos isótopos estáveis. A energia de uma molécula de um certo gás, por exemplo, pode ser descrita por interações dos elétrons, além de componentes rotacional, translacional e vibracional dos átomos na molécula. Moléculas contendo diferentes isótopos de um elemento, em posições equivalentes, possuem diferentes componentes vibracionais que por sua vez é dependente da massa.
Abundância dos isótpos Oxigênio, Hidrogênio e Deutêrio na Terra:
O16 = 99,7621                H = 99,9844                       
O17 = 0,0379                  D = 0,01557
O18 = 0,20004



A energia de uma molécula decresce com a diminuição da temperatura. A freqüência vibracional é inversamente relacionada à raiz quadrada da massa (ν = 1 / M ½).


Nesses termos, uma dada molécula possuindo um isótopo leve de um elemento (Ex.: 14NH3) possuirá uma maior freqüência vibracional para T = 0oK e, conseqüentemente, maior energia no ponto zero (Eo – energia no ponto zero). Outra molécula com maior massa (Ex:. 15NH3) possuirá menor ν e menor Eo. A conseqüência desse fenômeno é que a/as ligação/ligações formadas pelo isótopo leve na molécula será mais fraca que a ligação/ligações do isótopo pesado na molécula. Em outras palavras, a energia de ligação dos isótopos leves numa molécula será mais fraca que a do pesado, fazendo que as moléculas com isótopo leve sejam mais reativas.

Assim, é necessário mais energia para, por exemplo, uma molécula de água D216O passar do estado líquido ao de vapor que outra mais leve (H216O).

Isto significa dizer que a relação isotópica O16/O18 nas carapaças dos foraminíferos são termômetros naturais do clima na Terra. Se não vejamos: a concentração de O18 nas carapaças de todos os organismos que secretam CaCO3 em sua membrana celular será inversamente proporcional a temperatura ambiente.

O fracionamento isotópico da água marinha pelos foraminíferos depende da temperatura. Mais O16 nas carapaças carbonáticas indica água mais quente. Em períodos glaciais a concentração de O18 em foraminíferos aumenta em 1.7‰, isto por que a água dos oceanos ficam enriquecidas em O18 nos estádios glaciais, já que o O16 escapou para atmosfera.

Por fim mais alguns comentários sobre as propriedades físico-química da matéria. 

Movimento Browniano – movimento irregular de partículas imersas em um líquido ou em um gás. Esse fenômeno é devido ao bombardeamento que as partículas sofrem por parte das moléculas do líquido ou gás, que estão em contínuo movimento.

No interior de todo o corpo, seja ele líquido, sólido ou gasoso, as moléculas não permanecem imóveis, mas estão em contínuo movimento e se agitam com uma energia que cresce quando a temperatura do corpo aumenta (movimento de agitação térmica).


As moléculas estão submetidas a duas diferentes influências: a força de coesão, que tende a mantê-las ligadas, e o movimento de agitação térmica, que tende a distanciá-las umas das outras.

Se, numa substância, o efeito da força de coesão é preponderante em relação à energia cinética das moléculas, essas partículas permanecem ligadas, limitando-se a oscilar em torno de suas posições de equilíbrio. Um corpo assim constituído encontra-se no estado sólido.


Em outros casos, a agitação das moléculas é mais intensa, superando ligeiramente o efeito da força de coesão. Quando isto ocorre, as moléculas já não se mantêm confinadas em posições fixas, mas conseguem deslizar umas sobre as outras, sem que a distância intermolecular varie muito. Um corpo que se apresente nessas condições é considerado líquido.

Se a energia de agitação for grande a ponto de superar completamente o efeito das forças de atração, as moléculas poderão mover-se livremente, vagando por todo o espaço disponível, colidindo, saltando e se desviando. Uma substância nessas condições torna-se um gás.

A propósito calor e temperatura não são a mesma coisa. Calor é uma medida de quantas moléculas estão vibrando e quão rapidamente elas estão vibrando. Temperatura é um registro de quão rapidamente as moléculas de uma substância estão vibrando.

Pergunta: As curvas de variações de paleotemperaturas obtidas com análise de foraminíferos e corais permitiram montar os estágios isotópicos. Descreva as características climáticas destes estágios isotópicos.


 



segunda-feira, maio 31, 2010

Quando a gravidade é temporariamente subjugada - a importância dos fluidos nos processos geológicos.

Em bacias sedimentares a presença de fluidos exerce uma função primaz não somente, nos processos diagenéticos, mas também na formação de porosidade e permeabilidade dos depósitos sedimentares. Além destes fatores, as características dos fluidos são fundamentais nos processos de transporte e deposição das partículas sedimentares.

O fluido que envolve o grão exerce sobre seu centro de massa uma força de reação, conhecida como empuxo (Princípio de Arquimedes). A magnitude do empuxo é diretamente proporcional à densidade do fluido que envolve o grão. Define-se Densidade (d) como a razão entre massa específica (δ) de um objeto e o δ da água (1g/cm3).

A força resultante entre peso e empuxo é a tensão interna atuante no grão, a qual depende da sua densidade efetiva (diferença de densidade entre grão e fluido). Quando a densidade efetiva é negativa (fluido mais denso que o grão), o empuxo sobrepuja a força peso e ocorre flutuação.

A viscosidade do fluido, contudo, exerce um papel importante na decantação das partículas. A viscosidade corresponde à tensão necessária para produzir determinada deformação no fluido e mede a resistência do fluido ao cisalhamento.

Com o aumento da viscosidade, o deslocamento do grão tende a prosseguir, oferecendo, por exemplo, resistência a sua decantação. Daí se conclui que a viscosidade é inversamente proporcional à fluidez.


Como volumes são sempre positivos, concluímos que, a depender do ambiente inserido, massas podem ser negativas. Nestas circunstâncias, o sentido do vetor peso se inverte, apontando para cima: quer dizer, a massa da Terra o repele.

A partir daí, é reconhecido dois tipos de transporte sedimentar. Quando as forças de corpo (gravidade) e de superfície (coesão e atrito entre partículas) atuam sobre cada grão individualmente é porque os grãos apresentam suficiente liberdade de movimento em um fluido pouco viscoso, constituindo então transporte de grãos livres. Diferentemente, quando a força-peso age mais sobre a massa de grãos do que sobre grãos individuais, é por que os grãos estão muito próximos, em alta concentração em relação ao fluido, nestas circunstâncias ocorre transporte gravitacional ou fluxo denso.

A Lei de Stokes e a decantação de partículas pelíticas

Um dos princípios fundamentais em que se baseia a análise granulométrica é que pequenas partículas decantam com velocidades constantes. Estas partículas atingem essas velocidades constantes, em meio fluido, tão logo a resistência do fluido se iguala-se à força de gravidade, que age sobre a partícula.

Em geral a velocidade de decantação das partículas depende do seu raio, da sua forma, da sua densidade e da densidade e viscosidade do fluido. Stokes estudando as velocidades de queda de esferas dentro de cilindros com líquidos de diferentes viscosidades, chegou à fórmula empírica, que dá o valor da resistência que um fluido oferece a movimentação em seu meio.

R = 6π x r x n x v

R = resistência à queda em g.cm/s2;

r = raio da esfera em cm;

n= viscosidade do fluido em dinas;

v= velocidade de queda em cm.s-1

quarta-feira, maio 05, 2010

Dunas Costeiras

A origem e evolução das acumulações eólicas são determinadas por fatores ambientais de escala regional ou local: (i) suprimento de sedimentos, (ii) textura dos sedimentos, (iii) cobertura vegetal (iv) velocidade e variabilidade dos ventos (v) topografia pretérita (vi) variações climáticas e do nível do mar e (vii) soerguimento e subsidência tectônicas.

Nas zonas costeiras podem ser adicionadas: profundidade do lenço freático, amplitude das marés, morfologia praial, orientação da linha de costa.

A construção e evolução das dunas costeiras são decorrentes de processos atuantes a longo e a curto prazo. No primeiro caso, a morfologia dunar pode manter-se sem qualquer alteração por centenas a milhares de anos. No segundo caso, a construção e a evolução da morfologia dunar estão submetidas às modificações temporais, diárias ou sazonais. Tais modificações, em geral, estão relacionadas com fenômenos naturais, cuja variabilidade depende do sistema de circulação atmosférica local e global como as brisas marinhas e terrestres, os ventos alísios e eventos de curta duração tipo El-Ninõ e La-Ninã.

Na região Nordeste do Brasil, a evolução da zona costeira durante o Quaternário foi controlada pelas variações relativas do nível do mar, pelo comportamento dos ventos alísios e pelas variações climáticas. Os campos de dunas costeiras, ai presentes, têm no clima seu controle mais importante. Os campos de dunas costeiras ativas estão presentes somente naqueles trechos onde ocorrem, pelo menos, quatro meses de seca consecutivos durante o ano.

As dunas costeiras são alimentadas pelas areias da face de praia, o que tende a gerar localmente déficit de sedimento, uma vez que estas dunas migram para o interior da costa, recobrindo ou “transgredindo” terrenos mais antigos.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, dunas eólicas costeiras estão largamente representadas uma vez que esta região apresenta uma conjunção de fatores que favorecem a formação destes campos eólicos: possui topografia de terras baixas (planície costeira), regime de ventos apropriado (em velocidade e direção) e grande estoque de areia quartzosa fina, disponível em praia retilínea exposta à ação das ondas.
Geralmente, as areias de granulometria média, fina e muito fina são colocadas em transporte pelo vento quando este atinge velocidades superiores a 5 m/s.

Texto extraído de Liana Barbosa - Campos de dunas costeiras associados à desembocadura do rio São Francisco(SE/AL): origem e controles ambientais. Tese de Doutorado, Universidade Federal da Bahia.


Vista geral do campo eólico de Cidreira, Rio Grande do Sul. Extraído de Tomazelli e colaboradores (2008).


Fotografia aérea vertical do campo eólico de Itapeva, Rio Grande do Sul. Extraído de Tomazelli e colaboradores (2008). 


Campo de dunas dos Lençois Maranhenses, MA.

Com base em imagens de satélite disponíveis no Google Earth identifique campos de dunas ativas e inativas no setor Leste/Nordeste do Brasil. Uma vez identificada as dunas costeiras obtenha das estações meteorológicas mais próximas a direção e intensidade dos ventos atuantes.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Alterações de curto e longo prazo

Os chamados sistemas limiares incluem sistemas físicos, biológicos, químicos e sociais, entre outros. À primeira vista, parecem totalmente diferentes entre sí. Porém, há características comuns a todos eles: seus elementos são capazes de acumular energia até certo valor máximo (valor limiar). Mas, quando a energia acumulada em um dos seus elementos constituintes ultrapassa este limiar, ela é liberada parcialmente para os elementos vizinhos e para fora do sistema.
Com a energia recebida, é possível que a energia de alguns elementos vizinhos também ultrapasse o valor limiar, gerando uma nova liberação energética e assim por diante.
Comumente as zonas costeiras são definidas como uma área de interação dos domínios atmosféricos, terrestres e oceanográficos, no entanto estas áreas se enquandram muito bem em sistemas limiares com um comportamento complexo e não linear.
Imagine uma zona costeira sendo acometida pela seguinte conjunção de fatores: marés astronómicas + marés meteorológicas + alta pluviosidade nas bacias hidrográficas + formação de ciclones e/ou anticiclones. Certamente Zeus, não ficaria indiferente a este cenário. 

Litoral da Escócia, janeiro de 2005.


Praia do Alabama, EUA, após a passagem do furação Ivan. Modificado de Sallenger e colaboradores 2006.


Furacão Ivan passando sobre a península de Yucatan, México. Fonte NOAA. 

População de Bangladesh refugiada pelas intempéries.

Responda porque a faixa litorânea de Bangladesh é uma das áreas mais propensas a desastres naturais no globo.


quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Cenas de um mundo em transformação

Ao longo da costa do Brasil, e certamente num espaço considerável em direção ao interior, do rio da Prata até o Cabo de São Roque, latitude de 50 S., numa distância de mais de 2.000 milhas geográficas, sempre que há uma rocha sólida, ela pertence à formação granítica. O fato dessa área enorme ser assim constituída – de materiais que todo o geólogo acredita terem sido cristalizados pela ação do calor sob pressão – dá origem a reflexões muito curiosas. Esse efeito foi produzido abaixo das profundidades de um oceano profundo? Ou uma cobertura de estratos se estendeu antigamente sobre ela, tendo sido removida desde então? Podemos acreditar que alguma força, agindo por algum tempo, poderia ter desnudado o granito sobre tantos milhares de léguas quadradas?


Diário de Charles Darwin, a bordo do HMS Beagle.

De fato, até a presente data Darwin tinha mais perguntas do que respostas sobre geologia estrutural. Se isto servir de consolo, até aquela presente data também, a evolução biológica não era sequer um pálido e remoto vislumbre inacabado, de algo que assim com a teoria da tectônica de placas teria um profundo impacto na forma como enxergamos a nossa realidade.

Como explicar parte do Everest (8.848 m) feito de rochas e fósseis que já estiveram no fundo do oceano. O que explica os vestígios de geleiras maciças no Saara e de selvas tropicais no Alasca? Questões como estas certamente deixaram alguns geocientistas com insônia por semanas!

A maneira moderna de observar a Terra começou na Escócia, no fim do século XVIII. Edimburgo era o centro do Iluminismo escocês, que incluía homens brilhantes como James Watt, inventor da máquina a vapor, Adam Smith, cuja Riqueza das Nações deu origem a um novo tipo de economia baseada na livre iniciativa, John Clerk, que criou novas e engenhosas modalidades de guerra naval, Joseph Black, o químico pioneiro que descobriu o dióxido de carbono e por fim, não menos importante James Hutton (1726 – 1797), que estabeleceu os modernos pontos de vista sobre a Terra.

A partir daí, o herói da revolução moderna na área da geociências o meteorologista alemão Alfred Wegner, passando pelos geólogos norte-americanos Harry Hess e Robert Dietz até o canadense J. Tuzo Wilson percebemos que em grande parte do planeta, o alicerce que plasmou nossas crenças e ideáis poderia, de repente, ruir como um passe de mágica.

Assim como aconteceu com a Tsumani que atingiu a Indonésia em dezembro de 2004, os terremotos da China (2008) e da Itália (2009) e mais recentemente o Haithi, assinala que os processos endógenos embora venham diminuindo de intensidade e freqência ao longo do tempo geológico obdecendo ao princípio da entropia, ainda hoje causam profundas mudanças na paisagem, e na esteira destas mudanças ocorrem dor e sofrimento para as populações humanas.

Embora eu compadeça de uma enorme empatia pelo personagem Mr. Burn da série Os Simpsons devo informá-lo que infelizmente ele está errado. O único risco que ofereçemos é contra nós mesmos e outras espécies biológicas.
“Durante milhares de anos a mãe natureza atormentou o homem com tempestades, doenças e catástrofes. Agora que nos estamos vencendo essa guerra, ela vem pedir ajuda?”


A resposta:



Data                            Tipo/Local                                                  Total de mortos

                1887                        Inundação China                                                  1 milhão

                1556                      Terremoto China, Shaansi                                      830 mil

                1737                      Terremoto Índia, Calcutá                                       300 mil

                1970                     Ciclone Paquistão/Bangladesh                                300 mil

                1976                     Terremoto China, Tangshan                                   255 mil

               1138                      Terremoto Síria, Aleppo                                        230 mil

               1920                      Terremoto China, Gansu                                        200 mil

               1923                      Terremoto Japão, Kanto                                     + 143 mil

               1991                       Ciclone Bangladesh                                              138 mil

               1948                      Terremoto Turcomenistão                                     110 mil

               1908                     Terremoto/Enchentes Itália, Messina              70 mil a 100 mil

               1815                       Erupção Indonésia, vulcão Tambora                     92 mil

               1902                       Erupção Martinica, Mt. Pelee                       35 mil a 40 mil

               1883                      Erupção/Tsunami Indonésia, Krakatoa                  36 mil

               2003                         Terremoto Irã, Bam                                           31 mil

               2004                   Tsunami Indonésia, Malásia, Tahilândia                    260 mil

               2010                        Terremoto Haithi                                                + 240 mil


Terremoto de magnitude 9.0 ocorrido na ilha de Sumatra, Indonésia em 26 de dezembro de 2004 que desencadeou uma série de Tsumanis pelo Indo-Pacífico, ceifando a vida de milhares de pessoas.
Extraído de Tarbuck, E. e Lutgens, F. Earth Science 11 th ed. 2006 

Darwin na Baía de Todos os Santos

Bahia, ou São Salvador, Brasil, 29 de fevereiro de 1832 – O dia transcorreu maravilhosamente. Deleite, entretanto, é uma palavra fraca para expressar os sentimentos de um naturalista que, pela primeira vez, esteve perambulando sozinho, numa floresta brasileira. Em meio à profusão de objetos notáveis, a exuberância geral da vegetação ganha longe... Para alguém que gosta de história natural, um dia como esse traz nele um prazer mais profundo do que se possa jamais esperar experimentar.

Depois de perambular por algumas horas, voltei ao local de ancoragem, mas, antes de chegar ali, fui alcançado por uma tempestade tropical. Tentei encontrar abrigo sob uma árvore tão cerrada que uma chuva inglesa comum jamais penetraria, mas aqui, em alguns minutos, uma pequena torrente descia pelo tronco. É essa violência de chuva que se deve atribuir o verdor no fundo das florestas mais densas.

Diário de Charles Darwin, a bordo do HMS Beagle.

Uma alta descarga líquida dos rios ao chegar às zonas costeiras tende a adicionar matéria orgânica e inorgânica particulada na coluna d’água o que gera uma diminuição da zona fótica e portanto, tende a limitar o desenvolvimento de uma comunidade biológica produtora de carbonato de cálcio.

Dentre os diversos fatores apontados como limitantes para a comunidade bentônica o fluxo de sedimentos clásticos terrígenos possui um papel de destaque na estruturação das comunidades bentônicas fotoautotrófica.

1- Contudo, a relação entre produção de carbonato de cálcio e fatores meteorológicos são apenas a ponta do iceberg, havendo uma série de outros fatores que se somam e agem de forma sinérgica.

2- Em uma escala temporal curta (décadas ou poucos séculos) o clima seria um fator impeditivo para a produção de carbonatos em ambientes neríticos?


Localização dos recifes de corais da baía de Todos os Santos. Cedido por Igor Cruz, 2009.


Ambiente recifal da BTS. Foto: Pedro Meireles.

Quais seriam os fatores impeditivos para que os recifes de corais ocorressem de forma generalizada em toda a BTS?


3- O que explica cenários tão distintos detentores de uma alta taxa de produção carbonática.


Os pontos em vermelho indicam alguns locais no globo, onde ocorrem uma alta produção de CaCO3. 




sexta-feira, janeiro 22, 2010

Fatores Combinados

Um sistema é considerado Sistema Complexo quando suas propriedades não são uma consequência natural de seus elementos constituintes vistos isoladamente. As propriedades emergentes de um sistema complexo decorrem em grande parte da relação não-linear entre as suas partes. Costuma-se dizer que um sistema é complexo quando o todo é mais que a soma das partes.

Sinergia ou sinergismo deriva do grego synergía, cooperação sýn, juntamente com érgon, trabalho. É definida como o efeito ativo e retroativo do trabalho ou esforço coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função.

Quando se tem a associação concomitante de vários dispositivos executores de determinadas funções que contribuem para uma ação coordenada, ou seja a somatória de esforços em prol do mesmo fim, tem-se sinergia. O efeito resultante da ação de vários agentes que atuam de forma coordenada para um objetivo comum pode ter um valor superior ao valor do conjunto desses agentes, se atuassem individualmente sem esse objetivo comum previamente estabelecido. O mesmo que dizer que "o todo supera a soma das partes".


Como explicar a produção de altas taxas de descarga de sedimentos fluviais na região Indomalaia?

Parte da resposta pode ser explicada pelas duas figuras baixo:




Responda por que a Indonésia detêm uma alta taxa de descarga fluvial? muito superior, mesmo,  à bacia amazônica. Quais os fatores que estariam envolvidos nesta alta produção de sedimentos para a zona litorânea? Quais seriam os fatores primários e os secundários envolvidos neste processo?

Como diria Carl Sagan "são bilhões e bilhões". O Tempo Geológico

A percepeção de distância na Cosmologia é um tanto diferente, da forma como astrônomos e astrofísicos encaram o mesmo conceito. Na primeira disciplina, o conceito de distância quando empregado, geralmente está associado a grandes distâncias (grandes de fato!) partindo do princípio de um Universo plano em contínua expansão, onde tempo e espaço são infinitos (ou quase isto!), devido aos 74% de energia escura presente no Universo. Diferentemente, quando os astrofísicos falam em distância estão quase sempre se referindo a módicos 10 - 100 - 1.000 anos-luz.
A concepção de tempo para nos seres humanos segue a mesma analogia falamos em dias, semanas, anos e para algumas pessoas falar em décadas não é tão difícil. Mas imagine uma escala de eventos ocorrendo em séculos ou poucos milhares de anos, a mente humana, já não consegue lidar com tanta eficiência com esta escala temporal, nos temos dificuldade em lidar com números tão grandes. Imagine agora:
14,8 bilhões anos (Ga) ou 4600 milhões de anos (Ma).

A escala de tempo apresentada acima produzida pela International Commission on Stratigraphy indica que desde a formação da Terra no Hadeano se passaram 4600000000 anos.

Um ano-luz corresponde à distância percorrida pela luz num ano. Equivale a 9.460 bilhões de quilômetros.

A teoria do cisne negro (black swan) nos diz que pequenos acontecimentos fortuitos podem alterar completamente o timeline da história. Como a divisão do tempo geológico ocorreu com base em eventos de grande magnitude, escolha e justifique 5 eventos que na sua opinião foram primaz para termos o enredo terrestre acontecendo atualmente.