Os grandes rios modificam a morfologia das plataformas continentais contíguas, provocando um alargamento destas áreas e alguns destes rios constroem vastos depósitos sedimentares designados de leques submarinos sobre o sopé continental. O leque do Ganges, por exemplo, estende-se por centenas de quilômetros no Golfo de Bengala.
O próprio sopé continental é a província fisiográfica mais desenvolvida da margem continental brasileira. Sua cobertura sedimentar é constituída predominantemente por sedimentos terrígenos, provenientes em quase toda a sua totalidade, da plataforma continental.
O rio Amazonas despeja um volume médio de 6,3 trilhões m3/ano, o que representa aproximadamente 16% de toda a água doce descarregada nos oceanos. A descarga de sedimentos do Amazonas tem sido estimada em 1,2 bilhão de toneladas/ano, dos quais 75 a 80% deste suprimento sedimentar vai alimentar o delta subaquoso adjacente à foz do rio. O cone submarino do Amazonas estende-se a uma distância superior a 200km da base do talude continental.
A pluma de sedimentos estuarina do Amazonas é transportada preferencialmente para noroeste, por cerca de 20 a 40 km, com uma velocidade, na superfície variando de 40 a 80 cm/s.
Na plataforma continental do Amazonas, o fluxo de água doce estende-se por impressionantes 100-120km. Nesta área a salinidade é próxima a zero e a temperatura na superfície da água oscila entre 27,5 a 290C.
Estes números por si só, são bastante expressivos, porém existe um outro tipo de transporte de materiais detritais tão ou mais impressionante, quanto ao descrito acima.
A circulação atmosférica consegue deslocar importantes quantidades de sedimentos que chegam a cruzar bacias oceâncias.
Poeira sobre o Mar do Caribe, proveniente do Deserto do Saara.
Tempestade eólica no Noroeste do continente Africano.
Situação semelhante ocorre também no Noroeste da Austrália, e no deserto de Gobi, China.