Cenários para formação de evaporitos
A colisão entre vários continentes, formando um megacontinente com orogenia acentuada e plataformas rasas entre as massas continentais aconteceu no final do Proterozóico, com a formação do megacontinente Rodínia; e posteriormente no Devoniano e no Permiano, com a formação da Pangea; e em menor grau também no Terciário, com a orogenia Alpina. Nestas circunstâncias, mares rasos são consumidos entre os continentes em colisão e a compressão de plataformas e taludes continentais formando montanhas, levam à ampliação dos oceanos antigos e mais profundos localizados nas bordas do megacontinente. O que resulta em um aumento da profundidade média, levando a um recuo do nível do mar ocasionando uma maior exposição dos continentes.
O segundo cenário baseia-se na hipótese de que grandes mudanças do nível do mar ocorrem quando o megacontinente está se fraturando e espalhando-se. Esses riftes inicialmente continentais podem evoluir para formar novos oceanos, portanto rasos, por causa de sua litosfera ainda quente e delgada. Ao mesmo tempo, os oceanos velhos e profundos nas margens do megacontinente ficam subduzidos. Como resultado as bacias oceânicas são reduzidas e o nível do mar sobe.
Segundo esse modelo, os mares evaporíticos hipersalinos se desenvolvem preferencialmente em dois contextos tectônicos:
1- Logo antes da colisão de placas;
2- Durante a fragmentação de um megacontinente.
O período mais apropriado para a formação dos evaporitos corresponde às épocas que antecedem, ou seguem imediatamente as colisões continentais e a formação dos redbeds (camadas vermelhas em ambientes desérticos). Isso porque, nestas épocas, o megacontinente, ou ainda não se encontrava totalmente construído, e teria havido mares e oceanos residuais em fechamento, ou já teria início a sua fragmentação, com mares restritos entrando em riftes inter e intra continentais.
Os evaporitos que se formaram quando os continentes limítrofes estavam se aproximando num período pré-colisão forneceram a maior parte das jazidas de sal conhecidas e mineradas nos continentes.
Em contrapartida, os mares restritos, que se formaram durante o início da fragmentação dos megacontinentes, geralmente mantiveram a maioria dos seus evaporitos abaixo do nível do mar, tendo sido posteriormente recobertos por sedimentos espessos depositados nas fases subseqüentes da deriva continental.
As maiores ocorrências de evaporitos na Terra são observados apenas no passado geológico, não havendo exemplos atuais de deposição de evaporitos formando amplas e espessas acumulações de sal em ambientes continentais ou marinhos. Parte desta explicação pode ser entendida pelo comportamento do nível do mar que se elevou subitamente durante os últimos 15.000 anos.
Tabela 1 - Teor médio dos diversos íons ou sais contidos na água do mar e dos rios.
Tabela 2 - Composição química dos principais minerais evaporíticos
Modelo de deposição concêntrica para a formação de ciclos evaporíticos.
Pergunta:
Atualmente, precisa-se de um grande esforço para conseguir encontrar uma camada de 10cm de evaporito nas áreas desérticas. Como então se depositaram aproximadamente 2.000 metros de sal no Oceano Atlântico durante o Aptiano Superior, em um intervalo de tempo talvez inferior a 1 Ma.